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Caio Fernando Abreu

O celebrado escritor, jornalista e dramaturgo Caio Fernando Abreu (1948-1996), expoente da literatura brasileira que completou 20 anos de falecimento em 2016, permanece como influência e inspiração para diferentes gerações. Eu mesmo posso testemunhar o impacto da leitura dos textos de Caio F., que me motivou a ler outros autores e então rascunhar meus primeiros escritos. O interesse pela obra do autor continua ganhando expressão entre os mais jovens, no calçadão virtual, e faz com que ocorra a renovação de sua obra. Entretanto, em tempos de textos com poucos caracteres e muita carência de crítica, há de se ter atenção para a disseminação da obra de Caio F. nas redes sociais, onde se publicam trechos de livros numa tentativa de corresponder uma identificação “autoajuda”, divulgando muitas vezes textos que não pertencem de fato ao autor. Não somente a obra é afetada pela irresponsável falta de pesquisa e senso crítico – outros autores, como Clarice Lispector, por exemplo, são vítimas do desserviço dos textos apócrifos. Estes autores devem se revirar no túmulo cada vez que são creditados em textos pobres, de autoria duvidosa. Gosta de Caio F. e deseja celebrá-lo? Leia seus livros. Não há homenagem mais bonita a um autor do que de fato ler seus livros. A obra é extensa: Triângulo das Águas, Pequenas Epifanias, Onde Andará Dulce Veiga?, Morangos Mofados... Sem contar os desdobramentos em filmes, montagens teatrais, espetáculos de dança, pois a obra de Caio F. se espalha em diferentes linguagens. A escrita e a literatura são fundamentais para a construção de sociedades democráticas, baseadas na diversidade e no exercício da cidadania e, certamente, a leitura da obra do autor – para além das picuinhas literárias e das disputas das “viúvas” – nos instiga essa reflexão e amplia nossa visão em tempos nublados como os dias atuais.

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