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Esqueçam Machado de Assis. Aquele que te obrigaram a ler antes mesmo de você se interessar por literatura. Aquele que escreve difícil e que cai na prova. Cuja obra se resume a se Capitu traiu ou não Bentinho. Machado não é um intelectual hermético da zona sul. Nunca pisou em uma universidade. O Machado que te apresentaram na escola não existe.

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A escola não quer incitar a revolução e Machado é revolucionário. Preto, nascido no coração do Morro da Providência, cria da Ladeira do Livramento, filho de Maria e Francisco. Joaquim Maria Machado de Assis está mais próximo da nossa realidade do que nos fizeram imaginar. Esse é o Machado que eles não queriam que você conhecesse.

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Machado testemunhou o fim da escravatura, denunciando a hipocrisia de seu tempo em poesia, crônica, conto, romance e matéria de jornal, em qualquer texto em que conseguisse botar a mão. Sua escrita abusa de realismo irônico para criticar os opressores e desafiar o game. É chegada a hora de revermos nosso olhar sobre o homem que carrega no nome a ferramenta que corta as correntes, pega a visão.

Machado é tão brabo que em 1897 foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, instituição que só voltou a ter outro membro negro em no século XXI: Domício Proença Filho em 2006 e, em 2022, o nosso outro preto velho confirmado na programação, Gilberto Gil. 

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No dia 13, a Flup 2023 homenageia o maior escritor negro de todos os tempos, nosso cria Machado, com 13 horas de muita música, literatura, Axé e feijoada, como ele gostava. Batizaremos a sala de leitura da Arena Samol de Sala Machado de Assis para levar a palavra do mundo  às crianças da Ladeira do Livramento, como ele mesmo foi um dia. Bora multiplicar Machados crias por esse mundo afora?

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Vem pra gira!

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Machado é cria!

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