COM APOIO DO BNDES, FLUP LEVA ARTISTAS BRASILEIROS A FESTIVAL LITERÁRIO NA FRANÇA
- Flup Festa Literária
- 29 de mai.
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Rio de Janeiro, maio de 2025 – Com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Festa Literária das Periferias (Flup) levará uma delegação brasileira de artistas à 34ª edição do Étonnants Voyageurs, um dos mais prestigiados festivais literários da Europa. O evento, entre os dias 7 e 9 de junho de 2025, na cidade de Saint-Malo, na França, reúne convidados de diversos países para celebrar a literatura em diálogo com o cinema, os direitos humanos e outras expressões culturais.
O grupo convidado pela Flup é composto por oito autores, uma cineasta e um pianista, que participarão de uma programação intensa, com mesas de debate, lançamentos de livros, exibições de filmes, encontros com o público e apresentações artísticas. A iniciativa integra as celebrações da Temporada Brasil-França 2025, que marca os 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
A curadoria da participação brasileira no festival francês ficou sob responsabilidade de Julio Ludemir, diretor geral da Flup. "Os autores que levaremos a Saint-Malo representam a diversidade e potência criativa do Brasil – escritores que não apenas produzem obras excepcionais, mas refletem sobre identidade, memória e justiça social. Eles questionam os cânones literários e abrem caminho para novos imaginários, tornando-se, durante esse festival, o núcleo do mundo", comenta.
"O apoio do BNDES à participação da delegação da Flup no Festival Literário Étonnants Voyageurs promove a internacionalização da diversidade cultural presente nas periferias e uma oportunidade de amplificar sua abordagem de que a literatura, a música e a cultura popular são ferramentas básicas para a mudança social, ao tratar de questões como racismo, intolerância religiosa e desigualdade de gênero. O projeto está alinhado ao objetivo prioritário do Banco de promover a cultura e fortalecer a cadeia da economia criativa, reforçando uma dimensão de desenvolvimento integrada à atuação do BNDES.”, Marina Moreira - Superintendente da Área de Relacionamento, Marketing e Cultura - ARMC
A delegação brasileira da Flup no Étonnants Voyageurs 2025 conta com o patrocínio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e realização da Suave, Associação Na Nave.
Flup
Com 13 anos de história, a Festa Literária das Periferias (Flup) vem transformando o cenário literário brasileiro ao dar protagonismo a vozes das periferias urbanas, populações negras e povos indígenas. Declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Rio de Janeiro em 2023 e vencedora do Prêmio Jabuti de Fomento à Leitura em 2020, a Flup é produzida majoritariamente por equipes negras e liderada por mulheres.
Em 2024, reuniu 34 mil pessoas no Circo Voador em uma celebração que homenageou Beatriz Nascimento e reuniu nomes como Conceição Evaristo, Bernardine Evaristo e Sueli Carneiro. Com o tema Ideias para reencantar o mundo, o festival segue em 2025 ampliando seu alcance, com presença confirmada em importantes eventos internacionais, como o “West Indian Carnival” em Leeds (Reino Unido), em parceria com o National Poetry Centre, e o encontro “Middle Ground: Interactions – Transitions and Reciprocities”, em Berlim.
Delegação brasileira da Flup no Étonnants Voyageurs 2025
Bernardo Carvalho ("Nove Noites", "Mongólia") – Um dos maiores nomes da literatura contemporânea, com obras traduzidas em mais de 20 países, explora temas como deslocamento e contradições históricas. Seu romance Les Remplaçants (Métailié, 2023) mergulha na Amazônia para questionar o legado da ditadura e os laços familiares em um cenário de urgência ecológica. Carvalho é parte de uma geração de autores pós-modernos que entrelaçam realidade e ficção, criando narrativas densas e repletas de ambiguidades.
Eliana Alves Cruz ("O Crime do Cais do Valongo", "Água de Barrela") – Escritora afro-brasileira que resgata histórias silenciadas da diáspora negra. Seu mais recente livro, Je ne dis rien de toi que je ne vois pas en toi (Tropismes, 2023), retrata o Rio de Janeiro em diferentes épocas, abordando escravidão e transidentidade através de personagens femininos portadores de saberes tradicionais. Sua obra promove libertação simbólica, utilizando memória e identidade como ferramentas de resistência.
Djamila Ribeiro ("Pequeno Manual Antirracista", "Cartas para minha avó") – Filósofa e ativista, referência global no feminismo negro. Seu livro “Ta magie m'a menée jusqu'ici” (Anacaona, 2025), autobiografia em forma de cartas à avó, é uma ode às mulheres de sua família e às leituras que a formaram. Seu trabalho transformou o panorama editorial e se tornou um marco da literatura feminista contemporânea.
Itamar Vieira Junior ("Torto Arado", "Salvar o Fogo") – Vencedor do Prêmio Jabuti e do Leya, retrata comunidades quilombolas e rurais em narrativas poéticas que revelam as cicatrizes do colonialismo e da escravidão. “Torto Arado”, traduzido em 15 países, vendeu mais de 1 milhão de exemplares e foi finalista do Booker Prize.
Marcelo Quintanilha ("Tungstênio", "Écoute, jolie Márcia") – Quadrinista premiado em Angoulême com o Fauve d'Or em 2022. Seu álbum “Âmes publiques” (2025) retrata com realismo a vida dos marginalizados no Brasil, combinando crônica social e suspense em histórias que desafiam as fronteiras da banda desenhada.
Jeferson Tenório ("O Avesso da Pele") – Autor best-seller que aborda o racismo estrutural em um romance premiado com o Jabuti. Sua obra, um fenômeno editorial, expõe as violências policiais contra a população negra e as contradições de uma sociedade marcada pela desigualdade.
Daniel Munduruku ("Meu avô Apolinário", "Histórias de Índio") – Escritor indígena premiado pela UNESCO, com mais de 40 livros publicados. Sua obra desmonta estereótipos coloniais e celebra as culturas e lutas dos povos originários, reafirmando sua presença no cenário literário brasileiro.
Geovani Martins ("O Sol na Cabeça", "Via Ápia") – Fenômeno editorial que retrata a juventude das favelas cariocas com uma linguagem inventiva e carregada de humor e tragédia. Seu livro de estreia, “Le Soleil sur ma tête” (Gallimard, 2025), foi considerado pelo jornal O Estado de S. Paulo o mais importante da última década. Martins é um dos frutos dos processos formativos da Flup.
Graciela Guarani ("Tempo Circular", "Meu Sangue é Vermelho") – Cineasta, curadora e educadora pertencente à nação Guarani Kaiowá, Graci Guarani utiliza o audiovisual como ferramenta de visibilidade e resistência dos povos indígenas, sobretudo das mulheres. Sua obra documental, marcada por uma estética ensaística e temporalidade não linear, tensiona os limites entre público e privado, ancestralidade e futuro. Em filmes como “Tempo Circular” e “Mensageiro do Futuro”, incorpora saberes tradicionais e práticas cotidianas para revelar modos de vida invisibilizados. Codiretora do longa “Meu Sangue é Vermelho”, que percorreu festivais internacionais, Graci afirma o cinema como território político e poético de luta e reinvenção do mundo.
Amaro Freitas | Programação especial
Além dos debates literários, o festival contará com um concerto exclusivo do pianista Amaro Freitas, reconhecido internacionalmente por seu jazz inovador, que mistura ritmos do Nordeste brasileiro com influências afro-diaspóricas. Sua apresentação no Grand Auditorium promete ser um dos destaques do evento.
A participação da Flup no Étonnants Voyageurs é parte de uma parceria mais ampla entre os dois festivais, que compartilham o ideal de promover vozes marginalizadas e o poder transformador da literatura. Em novembro de 2025, o Étonnants Voyageurs levará uma delegação de autores franceses e francófonos ao Brasil, fortalecendo ainda mais os laços culturais entre os dois países.
Sobre a Flup – A Festa Literária das Periferias - Flup tem como missão propor outras experiências literárias; por isso, atua em territórios periféricos, abrindo caminhos para que livros, ideias e experiências antes à margem cheguem mais longe. Em 13 anos atuando no Rio de Janeiro, a Flup já passou pelo Morro dos Prazeres, Vigário Geral, Mangueira, Babilônia, Vidigal, Cidade de Deus, Maré, Biblioteca Parque, Museu de Arte do Rio - MAR, Providência e Circo Voador (Lapa), promovendo encontros entre grandes personalidades da literatura, tanto nacionais quanto internacionais. A Flup recebeu prêmios e reconhecimento, entre eles o Faz diferença de 2012, o Awards Excellence de 2016 e o Retratos da Leitura de 2016, respectivamente outorgados pelo jornal O Globo, a London Book Fair e o Instituto Pró-Livro. Em 2020, foi vencedora do Prêmio Jabuti na categoria Fomento à Leitura. Em 2023, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro declarou a Flup patrimônio cultural imaterial. A Flup é um festival feito por equipes de produção majoritariamente negras e com mulheres em cargos de liderança.
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