"MEU ALVO PRINCIPAL SÃO OS MUROS": GEOVANI MARTINS EM PRIMEIRA PESSOA
- Flup Festa Literária
- há 5 dias
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Escritor carioca nascido em Bangu, Geovani Martins é autor de O Sol na Cabeça (2018) e Via Ápia (2022), ambos publicados pela Companhia das Letras. Em suas obras, mergulha nas complexidades da vida nas favelas e periferias do Rio. Foi nas oficinas da Flup, em 2013 e 2015, que começou a lapidar a escrita que hoje atravessa fronteiras. Perguntamos a ele sobre suas influências, intenções e recepção internacional. Leia abaixo.
Que verdades a literatura da rua te mostrou antes que qualquer livro pudesse dizer?
Me mostrou que a arte de contar histórias é maior do que qualquer formato, qualquer produto, qualquer coisa. Contar histórias é a nossa fundação, nosso maior legado. Cresci rodeado de livros, mas acredito que minhas influências estruturais tenham sido, antes de tudo, meus vizinhos e familiares.
Você já disse que vê a literatura como uma "arma". Que alvos você mira quando escreve?
Quando escrevo procuro atingir os dois opostos. Ou seja, pessoas que vivam a identificação com o texto e pessoas que vivam o estranhamento. Vejo na literatura esse poder de conectar e criar novos mundos, de criar incômodos e questionamentos sobre nossas certezas. Então, acho que meu alvo principal são os muros.
No exterior, sua literatura é vista como denúncia, arte ou política? E você, como prefere que ela seja lida?
É difícil saber como as pessoas veem o meu trabalho, é uma questão muito pessoal de cada leitor. Mas pra mim, no mundo ideal, as pessoas veriam meu trabalho como tudo isso e mais um pouco.
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