Flup 2024, uma homenagem a Beatriz Nascimento
O quilombo de Beatriz Nascimento é uma brecha na história do Brasil.
A pessoa negra passa de escravizada a dona de si e de seus próprios caminhos.
Nos pés dos libertadores quilombolas, as raízes de África se fincam em solo brasileiro.
Para contrariar a historiografia de mãos brancas, Quilombo dos Palmares, o primeiro estado livre da América Latina.
Neste chão, dança com a liberdade, escuta como bate forte o coração.
Em 2024, a Flup propõe fortalecer o debate público sobre as principais questões das periferias – globais e brasileiras – no âmbito do encontro do G20, no Rio de Janeiro.
Vozes nacionais e internacionais, representantes de periferias regionais, climáticas, raciais, étnicas e de gênero, se encontrarão em mesas de debates durante a programação do festival, de 11 a 17 de novembro.
Criar quilombo é unir luta, fé e axé.
De quilombo para favela, de quilombo para terreiro, de quilombo para escola de samba.
De quilombo para a poesia, para as telas, para os livros.
Das narrativas de griôs para as escrevivências dos slams, a Flup conclama: é preciso conhecer, ler e celebrar Beatriz Nascimento.
Seu legado intelectual, sua poesia, tudo que ela fez e faz girar.
A partir do quilombo, queremos interpretar o mundo com a pensadora afrofuturista.
Porque o sonho de futuro é da mulher, onde a noite não adormece.
No atlântico, as Yabás fazem elos entre os estilhaços do tempo e do espaço.
Mulheres negras avançam, criam soluções, mudam situações e contam as suas histórias.
Com Beatriz Nascimento, as bases do movimento antirracista e feminista brasileiros.
Ela não nos deixa esquecer: é preciso falar de nós mesmos.
Que venham os governantes do G20. Escutem as periferias atlânticas.
Aqui estão os oris que pensam e fazem as novas formas do viver entre África e América.
A Flup será feita dessas falas, dessas giras, vindas do encontro com o que não pode ser esquecido e precisa ser ouvido.
Afinal, o que há de mais atual que a ancestralidade?
O que mais pode perturbar a estrutura que uma mulher negra que escreve?
Escuta, na gira de Beatriz, todo mundo roda e a vida se transforma.
Para se encontrar em Beatriz, para se ver em Beatriz, roda a saia, gira a vida.
Vem pra Flup!